sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Trabalho final!

Olá pessoas!

Tudo que se inicia tem um fim! E o fim da matéria Diplomática e Tipologia Documental está chegando! Assim como esse 2º semestre de 2015...
Com isso, será apresentado nessa postagem o nosso trabalho final. 

Trabalho Final

   Universidade de Brasília - UnB
   Faculdade de Ciência da Informação - FCI
   Disciplina: Diplomática e Tipologia Documental
   Professor: André Porto Ancona Lopez
   Monitor: Thadeu Alexander
   Semestre: 5º
   Alunos:
              Andreia Araújo
              Geovanna Larissa
              Lúcia Ramos
              Walter Costa


   Introdução


   De acordo com o Dicionário Brasileiro de Terminologia Arquivística (2005), a Diplomática é a área responsável pelo estudo da estrutura formal dos documentos, a fim de provar a autenticidade do mesmo. Enquanto a Tipologia Documental visa a ampliação da Diplomática em direção à gênese documental, perseguindo a contextualização nas atribuições, competências, funções e atividades da entidade geradora/acumuladora, de acordo com Belloto (2002).

   Na matéria de Diplomática e Tipologia Documental (DTD), ministrada pelo professor André Lopez, na UnB, pode-se compreender a necessidade de vincular a Diplomática e Tipologia a Arquivologia, uma vez que as características de um documento, tanto intrínsecas quanto extrínsecas, e sua contextualização são de suma importância para entender a função do mesmo no meio em que está inserido.

   No que diz respeito à memória de uma região ou de um povo, percebe-se que a importância da Arquivologia para a sociedade está ligada diretamente ao seu desenvolvimento e a sua preservação histórica. Isso mostra a necessidade da conservação da documentação referente a cada indivíduo e/ou localidade. A não manutenção desse acervo pessoal/público acaba com a trajetória histórico-cultural levando ao esquecimento de ações públicas/individuais e, com isso, acarretam em grande perdas para as pessoas que estão ligadas direta e indiretamente ao acervo.
   Entretanto, não basta apenas preservar a informação. Deve-se disponibilizá-la de forma objetiva à sociedade, caso contrário, essa informação será apenas preservada e guardada, sem ser disponibilizada. Muitos entendem a acessibilidade à informação somente como curiosidade, mas para o desenvolvimento social e cultural são provas escritas de um passado, as vezes não muito conhecido, que podem ser usadas como provas ou até mesmo para corrigir erros e, principalmente, para não cometê-los novamente.

   Arquivologia e Ditadura Militar

   A preservação dos arquivos da ditadura militar serve para mostrar um passado amargo da sociedade brasileira, para provar à sociedade atual os fatos que ocorreram em um passado não tão distante e, necessariamente, serve para se ter o mínimo de acesso e liberdade. Porém, de que serve preservar essa informação, se ela não for escancarada para que a sociedade contemporânea consiga acessá-la e compreende-la?
   Pensando nisso, o Grupo CulturArq optou por estudar e identificar a relação que existe entre os arquivos culturais censurados pela Ditadura Militar e a Arquivologia atual. No início do 2º semestre de 2015, o objetivo era estudar as características físicas dos diversos documentos que se tem conhecimento referentes à Ditadura Militar. Porém, no decorrer do semestre encontramos grandes diversidades documentais ligadas a esse tema que iam bem além do contexto em que o documento está inserido ou suas características.
   Ainda na questão sobre Ditadura Militar e os documentos ligados à censura cultural, um de nossos objetivos é repassar à sociedade o valor que existe em um Arquivo Permanente e que a grande maioria desconhece.
   Muitas pessoas, quando questionadas sobre arquivo permanente, entendem como um local em que se guardam os documentos que têm caráter de preservação definitivo. Porém, não sabem ou não compreendem que a sociedade tem direito ao acesso a maioria documentação existente nesses arquivos permanentes e que esse acesso está previsto na Lei nº 12.527/2011, popularmente conhecida como LAI, Lei de Acesso a Informação.

   Documentos censurados pela Ditadura Militar. Arquivo ou coleção?

   Identificamos como a sociedade trata esses documentos referentes à censura militar. Muitos entendem essa vasta documentação como algo apenas cultural, no que diz respeito às manifestações culturais e como elas alteraram o rumo da cultura existente no período. Outros compreendem como prova de intervenções militares em expressões culturais, como a Ditadura modificou músicas ou novelas ou filmes e diversas outras manifestações.
   Sim, o período da Ditadura Militar gerou diversos documentos ligados a essas questões. Todavia, nós do CulturArq, enxergamos esse período como sendo rico para a Arquivologia no que diz respeito aos conceitos de coleção e arquivo.
   O Dicionário Brasileiro de Terminologia Arquivística (2005) define coleção como o conjunto de documentos com características comuns, reunidos intencionalmente. O Dicionário define ainda arquivo como um conjunto de documentos produzidos e acumulados por uma entidade coletiva, pública ou privada, pessoa ou família, no desempenho de suas atividades, independentemente da natureza do suporte.
   Por isso, há essa confusão entre coleção e arquivo. Muitos tratam a documentação referente à censura militar como sendo uma coleção, enxergando apenas a reunião de documentos com algumas características em comuns. Entretanto, não trata-se somente disso. Os documentos gerados pela censura militar são provas de como agiam esses interventores, quais eram suas intenções e as modificações que os mesmos fizeram.
   Vamos imaginar a seguinte questão: Caetano Veloso, em 1975, pretende lançar o disco Jóia, que traz uma capa forte e autêntica: ele, sua esposa e filho estão nus, rodeados por pássaros. A Ditadura Militar, por algum motivo, interpretou a capa como inadequada e logo censurou. A versão original foi modificada e passou a conter apenas os pássaros. Assim, a capa original se tornou prova da intervenção militar e deve ser tratada como documento de arquivo. Caso algum fã tenha essa capa do disco, pode muito bem tratá-la como parte de uma coleção, pois atribuiu essa característica a capa.
   Nessa situação, tem-se o conceito de arquivo no documento original e o de coleção em uma cópia, que foi replicada milhares de vezes. São documentos diferentes que têm atribuições e funções distintas e que não podem ser confundidos. Infelizmente e por falta de conhecimento, muitas pessoas não compreendem a distância entre arquivo e coleção.
  Por esse e outros motivos, o do Grupo CulurArq tratou em sua Oficina temas interessantes para a que a sociedade tenha acesso a contextualização e importância de saber e conhecer a documentação referente a Ditadura Militar e a censura ocorrida no período, bem como o conceito de Arquivo Permanente.

   Grupo CulturArq e Oficina

   Ocorrida em 06 de novembro de 2015, a Oficina de DTD do Grupo CulturArq esteve diretamente vinculada a matéria de Arquivo Permanente, ministrada pela professora Darcilene Sena Rezende, na UnB.
   Para esclarecer melhor a contextualização da Oficina, o Grupo CulturArq aderiu ao nome Instituto CultuArq de Arquivos da Ditadura Militar, um instituto hipotético de arquivo permanente que tem a custódia dos documentos do Departamento de Censura a Diversões Públicas, departamento responsável por preservar a moral o os bons costumes da sociedade da época e, consequentemente, censurar manifestações culturais identificadas, por critérios próprios, como ameaças.
   Nos links abaixo há mais informações sobre os temas tratados na Oficina, assim como a própria apresentada virtualmente.

   Conclusão

 Muitos conceitos foram empregados na Oficina e no blog CulturArq (http://culturarqunb.blogspot.com.br/), como citado anteriormente, e pudemos perceber como a sociedade ainda não tem o conhecimento necessário para empregar seus direitos.
   A Arquivologia não busca apenas acompanhar o desenvolvimento dos documentos no decorrer dos tempos, mas também disponibilizar informações como prova dos acontecimentos, de modo a contextualizar as ações e decisões tomadas por determinada sociedade.
  Os documentos contam histórias, provam ações tomadas, direcionam uma sociedade sobre fatos ocorridos em outras sociedades. Para tal é necessário que todos conheçam e saibam o valor de um arquivo, entendam que os documentos vão muito além de papéis antigos, ultrapassados com o tempo. A Arquivologia não fica ultrapassada, pelo contrário, ela evolui paralela à evolução da sociedade.
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E assim, queremos deixar aqui o nosso muito obrigado!
O Grupo CulturArq agradece sua companhia!
Até a próxima...


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