domingo, 30 de agosto de 2015

"Caminhando contra o vento..."





Olá pessoal!

E para finalizar o domingo, nada de desafios dados pelo professor...
Hoje é dia, na verdade, noite de descontração!!

Em um período conturbado da história brasileira, um movimento inovador e corajoso surge para ir contra o que todos estavam acostumados a ver, sentir e ouvir.
O Tropicalismo surge na década de 60 com a intenção de abalar as convenções, tanto na questão sócio-política quanto na cultura e comportamento. Com raízes no pop local e internacional e, principalmente, no pop-rock, este movimento vem para transformar a cultura existente no período da Ditadura Militar.
O movimento surgiu da união de alguns artistas baianos, no contexto do Festival de Música Popular Brasileira, promovidos pela Rede Record, em São Paulo, e Globo, no Rio de Janeiro. Integraram este movimento cultural o cantor e compositor baiano Caetano Veloso, Torquato Neto, também poeta, Gilberto Gil, Os Mutantes, Tom Zé, o maestro e arranjador Rogério Duprat, as cantoras Gal Costa e Nara Leão, no campo musical; Hélio Oiticica e outros criadores nas Artes Plásticas; Glauber Rocha e seu Cinema Novo na esfera audiovisual; e figuras como José Celso Martinez Corrêa no teatro.
O Tropicalismo ou Tropicália não era apenas uma nova modalidade musical, era uma nova e renovada forma de agir e atuar no cenário cultural existente na época. Ia contra a paisagem morna e entediante que estava instaurada nos meios culturais dominados pela MBP. Alguns artistas viram a necessidade de apropriar-se das guitarras do rock e dos embalos da Jovem Guarda, liderada por Roberto e Erasmo Carlos, para abalar o contexto cultural.
Era necessário conquistar a simpatia do maior número de adeptos ao movimento, de modo a se quebrar as correntes nacionalistas que estavam ingressando na cultura. Com isso, Caetano Veloso e Gilberto Gil cortejaram nomes fortes, como Dorival Caymmi, Edu Lobo, Chico Buarque, Paulinho da Viola e Sérgio Ricardo, mas não tiveram êxito nessas tentativas.
As letras das músicas eram inovadoras e tinham jogos de linguagem, como uma poesia concretista, além de serem codificadas, exigindo do ouvinte uma bagagem cultural para que fossem compreendidas. Uma das músicas mais famosa do movimento, ”Alegria, Alegria”, de Caetano Veloso, traduz o sentimento de preocupação da juventude da época, uma vez que a letra demostra o desejo de romper barreiras, ir além do convencional e mostrar o tormento com a violência da Ditadura. Na questão estética, a Tropicália é caracterizada pelos excessos: roupas coloridas, cabelos compridos tinham a intenção de chocar, protestar contra a música brasileira muito comportada.
O fim do movimento se dá em 1968, quando os Mutantes realizam seu último concerto com Caetano e Gil. Durante uma temporada na boate Sucata, ocorreu o famoso incidente da bandeira nacional, que, supostamente, foi desrespeitada, no entender dos militares que governavam o Brasil no período. Foi pendurada no cenário do espetáculo uma bandeira, obra do artista plástico Hélio Oiticica, com a inscrição "Seja Marginal, Seja Herói", nela havia a imagem de um traficante famoso da época, o Cara-de-Cavalo, que foi assassinado violentamente pela polícia. Os militares alegaram que Caetano teria cantado o Hino Nacional inserindo versos ofensivos às Forças Armadas. Todo esse episódio serviu de pretexto político para que os militares suspendessem a apresentação, prendessem Caetano e Gil, que, mais tarde, foram soltos e exilados no Reino Unido.

E para quem não conhece, segue abaixo um trecho da música “Alegria, Alegria”, de Caetano Veloso:

Caminhando contra o vento
Sem lenço, sem documento
No sol de quase dezembro
Eu vou

O sol se reparte em crimes,
Espaçonaves, guerrilhas
Em cardinales bonitas
Eu vou

Em caras de presidentes
Em grandes beijos de amor
Em dentes, pernas, bandeiras
Bomba e brigitte bardot
O sol nas bancas de revista
Me enche de alegria e preguiça
Quem lê tanta notícia
Eu vou

Fontes:

sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Análises Diplomáticas e Tipológicas... Como fazê-las?




Olá Galera!!

E como segunda atividade da matéria, mais um desafio!
Dessa vez foram expostos em duas mesas distintas diversos objetos e documentos. De uma mesa selecionamos 4 objetos e da outra 4 documentos, para que fizéssemos análises diplomáticas e tipológicas. Feito isso, fomos expostos as “respostas”. O professor, de modo dinâmico, nos mostrou a maneira correta de fazer análises diplomáticas e tipológicas. Assim, foi possível entender que para se analisar um documento ou um objeto é necessário conhecer sua história, saber das suas origens, utilidades para o seu dono, conhecer os motivos pelos quais ele guarda e preserva determinado documento ou objeto.

Abaixo segue o resultado dessa dinâmica, que está descrita da seguinte maneira:
Documento/Objeto
Análises diplomáticas e tipológicas feitas pelo nosso grupo
Alteração (maneira correta de fazer as análises diplomáticas e tipológicas após explicações e exemplos dados pelo professor em sala de aula)

Calendário:
Análise diplomática: contar os dias, meses, ano
Análise tipológica: calendário de 2015
Alteração:
Análise diplomática: suporte papel, gênero textual e imagético
Análise tipológica: não é documento de arquivo, apenas uma lembrança de casamento para o professor

Ficha de atividade (adicional noturno):
Análise diplomática: registro de atividades noturnas feitas em dia x
Análise tipológica: comprovar as atividades noturnas em dia x
Alteração:
Análise diplomática: suporte papel, gênero textual, formato papel A4
Análise tipológica: não é documento de arquivo, pois não está preenchida

Declaração de estágio:
Análise diplomática: comprovar, oficializar o estágio
Análise tipológica:  comprovar o estágio por algum período de tempo determinado
Alteração:
Análise diplomática: suporte papel, gênero textual, formato papel A4  
Análise tipológica: não é documento de arquivo, pois não está preenchida

Guia prático de Classificação:
Análise diplomática: guia de classificação
Análise tipológica: guia de classificação que dá orientações sobre como classificar
Alteração:
Análise diplomática: suporte papel, gênero textual
Análise tipológica: documento de arquivo do professor, já que é um material referente a um trabalho da disciplina que foi apresentado no semestre passado

Garrafa de água:
Análise diplomática: armazenar água
Análise tipológica:  comemorar o aniversário do escoteirismo no Brasil
Alteração:
Análise diplomática: suporte alumínio, formato arredondado
Análise tipológica: não é documento de arquivo. O adesivo contido nela não é original da garrafa. A mesma não prova nenhuma atividade.

Carteirinha de escoteirismo:
Análise diplomática:  identificar um membro do escoteirismo
Análise tipológica: comprovar que o membro é atuante de determinado ano, para que ele garanta direitos
Alteração:
Análise diplomática: suporte plástico, gênero textual
Análise tipológica: arquivo pessoal do professor

Lenço de escoteirismo:
Análise diplomática: identificar a equipe
Análise tipológica: compõe o traje do escoteiro
Alteração:
Análise diplomática: lenço de tecido, gênero textual e imagético.
Análise tipológica: documento de coleção do professor

Suporte para o lenço (anel de lenço):
Análise diplomática: dá suporte para o lenço
Análise tipológica: ajuda a compor o traje do escoteiro
Alteração:
Análise diplomática: suporte de couro, gênero imagético
Análise tipológica: documento de coleção do professor

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Tipologia Documental, afinal o que é isso?

Olá Galera!

Estamos no início do semestre e este será cheio de desafios! E como primeiro desafio, precisamos definir o que é Tipologia Documental. Então, o que é Tipologia? Bem, antes de definir o que é isto, é necessário contextualizar esse termo e nada melhor do que começar explicando o que é Diplomática.
A Diplomática é responsável por estudar a estrutura formal dos documentos, sendo seu objetivo analisá-los de acordo com sua espécie documental.
Tendo isso em mente e analisando alguns textos, além de prestar muita atenção no que o Professor falou em sala, entendemos por Tipologia como a necessidade de estudar e identificar os conjuntos orgânicos dos documentos, de modo a separá-los pelo contexto de produção e sua função dentro do arquivo em que está localizado.

Exemplo;
- Disco de vinil, este tipo documental, que registra sons, quando foi produzido a sua função era divulgar o trabalho intelectual do artista. Porém, este mesmo disco, se inserido em um arquivo, vai possuir uma função totalmente diferente. Este disco em um arquivo, por muitas das vezes, vai ter a função de fazer um recorte da produção musical de determinada época.


Guerra Peixe / Série A Grande Música Do Brasil Vol. 1 – A Grande Música De Chico Buarque (1978)

Quem somos?

Olá Galera,

Esse blog está vinculado as atividades da disciplina Diplomática e Tipologia Documental, ministrada pelo professor André Porto,  da Faculdade de Ciência da Informação, Universidade de Brasília. 
Visando a importância da cultura para a construção social, o blog CulturArq irá desenvolver um trabalho voltado à parte da cultura nacional em um período nublado de pouco conhecimento popular, a Ditadura Militar. Apresentaremos em cada postagem o nascimento e o desenvolvimento de vertentes culturais que nasceram e se desenvolveram naquela época, tanto as autorizadas e censuradas, bem como atividades direcionadas às nossas aulas.

O grupo:
Andreia Araujo - 5º semestre em Arquivologia - Viu na Arquivologia a oportunidade de ingressar no setor público, devido a profissão ser pouco conhecida e com poucos profissionais na área de atuação;

Geovanna Larissa - 5º semestre em Arquivologia - Começou os estudos na área de Biblioteconomia mas foi na Arquivologia que se identificou, vê a arquivística nacional em desenvolvimento e espera que em um futuro próximo a profissão seja respeitada;

Lúcia Ramos - 5º semestre em Arquivologia - Iniciou graduação em Pedagogia, mas não agradou. Com a intenção de mudar de curso, descobriu a Arquivologia, que teve grande interesse por ser uma área promissora;

Walter Costa - 5º semestre em Arquivologia - Antes de começar Arquivologia, passou por Psicologia e Filosofia, graduações pela qual não se identificou. Vê a arquivística como uma área de extrema importância para a sociedade e que infelizmente não é tão valorizada.